terça-feira, 14 de junho de 2011

Desabafo

Deixem-me contar uma coisa:
Fui estuprado aos seis anos, minha mãe sempre me odiou, e não tenho razões para viver... Isso é o que eu dizia aos 11 anos (a mais pura verdade), tudo não fazia sentido, minha mente estava se esvaindo. Foi quando eu conheci, através de uma amiga de minha mãe uma doutrina que prometia que todas as dores teriam fim, toda lágrima, toda dor...
Minha mãe não deu muita atenção, mas como eu era o 'homem' da casa, resolvemos conhecer esta nova doutrina. Durante uns seis meses, conhecemos esta doutrina através de um tal seu Érico( um homem que havia abandonado sua família para viver com uma aluno dos desbravadores... eu não sabia disso na época...) e eu fiquei muito feliz com as boas novas descritas por este homem que eu achava ser perfeito, com suas descrições, sua calma, seu fervor... Após terminar este tal estudo bíblico, eu não queria terminar com aquela sensação de nunca mais tomar de mangueira no lombo, um cabo de vassoura na cabeça ou uma corrente nas pernas... eu queria continuar...
Contra a vontade de minha mãe, eu decidi prosseguir com os 'estudos'... ele nos trouxe uma nova apostila... o título era: As Revelações do apocalipse... Eu então me entreguei de corpo e alma para esse projeto... queria conhecer este Deus que a tudo perdoa, que nossas lágrimas enxugam, que nos consola... queria que minha vida não fosse mais dor e sofrimento, que minha mãe... a pessoa que eu mais amava no mundo, entendesse que só assim para nós sairmos daquela merda em que nos encontrava-mos. Se continuássemos assim, eu iria me suicidar e meu irmão iria para as drogas... quanto a minha irmã... prostituta, com certeza... Não quero aplausos, não quero honras, nem agradecimentos... queria apenas que minha mãe aceitasse... e ela aceitou!!! Nos batizamos eu, minha mãe e minha vó... era um sonho realizado.

Cometi muitos erros que me tiram o sono toda noite... erros que tenho de pagar... se já não estou pagando... Queria nunca ter existido para não ter levado minha família para destruição... Eu mudei, minha vó mudou, menos minha mãe... Como eu queria acreditar que tudo iria ser diferente no dia seguinte, mas todos os dias eram iguais... gritos, surras, palavrões, blasfêmias, etc... todos os dias, menos no sábado... tínhamos que fingir que era tudo alegria... meus irmãos eram novos e não se lembram tão bem... mas eu me lembro...

Tenho trabalhado desde meus 11 anos em serviço pesado para que “eu não seja igual ao meu pai” como ela costumava dizer... que meu pai era vagabundo e que nunca iria trabalhar na vida e que nunca iria encontrar uma pessoa para ele – uma companheira – morrer junto... Não sei... dos meus onze anos até os dezoito eu trabalhei para aquela família... nunca pude nem cogitar em fazer uma carteira de motorista, pois iria faltar leite para os meus irmãos... nem um tênis bom eu não podia ter pois iria faltar para o aluguel ou para o nescau... Nunca mais pequei... com pecados que me corroíam por dentro... eu me curei... mas não consegui dar prosseguimento a cura... pois a cada sábado eu tinha de fingir... que estava tudo bem em casa... pois ela cantava na igreja a todos os pulmões = ‘mais semelhante a Jesus’... fala sério... não agüentava mais viver...

Foi quando conheci a salvação de minha vida... minha atual mulher... que não era adventista... ela me tirou do poço sem fundo de mus profundos sentimentos e me levou para luz de um Jesus que não era daquele jeito... apenas no sábado puro... nos outros dias era uma m... ela me mostrou um Cristo imutável qualquer dia da semana... então me entreguei... mais para fugir daquela vida miserável que eu levava junto de minha mãe...

Enfim... engravidei minha namorada em 1999 no mesmo ano que o Daragô engravidou a namorada dele... eu sei que este cara não tem contesto em minha vida... mas tem!!! Ele me ensinou uma coisa que eu aprendi a amar mais do que minha própria vida antes de conhecer a Tati: a música. Era meu professor de música, de piano, de vida feliz com sua família. O que aconteceu quando ele engravidou a namorada dele (adventista)? Uma ‘disciplina’ de 3 meses... enquanto eu... me tiraram a escola sabatina dos adolescentes - que eu era professor – Não deixaram eu formar o coro dos adolescentes que era uma idéia... me tiraram o diaconato e o pior... me tiraram o piano... todas as ocupações por um ano... um ano sem fazer nada na igreja... adivinhem o que eu fiz? Abandonei... o que me diferenciava do Daragô??? Minha mulher??? Afinal de contas ele continuava a se apresentar com o sândalo (grupo de música gospel de Cachoeirinha) durante sua “disciplina”.

Muita coisa aconteceu depois disso e espero compartilhar com todo mundo o quanto a IGREJA adventista não presta... não a doutrina... a igreja de laodicéia...

Nos encontramos numa outra ocasião...

Até”!”!