segunda-feira, 25 de maio de 2009

Begheto, Dino

Mudando de ares...
Tem esse compositor... espero que gostem... é bem interessante... e tem apenas 26 anos assim como Dudamel...
http://www.4shared.com/file/92025234/bbf06891/_1982_-___Begheto_Dino.html

sexta-feira, 22 de maio de 2009

V de Vladimir


"Voilà! À vista, um humilde veterano vaudevilliano, apresentado vicariamente como ambos vítima e vilão pelas vicissitudes do Destino. Esta visagem, não mero verniz da vaidade, é ela vestígio da vox populi, agora vacante, vanescida, enquanto a voz vital da verossimilhança agora venera aquilo que uma vez vilificaram. Entretanto, esta valorosa visitação de uma antiga vexação, permanece vivificada, e há votado por vaporizar estes venais e virulentos verminados vanguardeiros vícios e favorecer a violentamente viciosa e voraciosa violação da volição. O único veredito é a vingança, uma vendeta, mantida votiva, não em vão, pelo valor e veracidade dos quais um dia deverão vindicar os vigilantes e os virtuosos. Verdadeiramente, esta vichyssoise de verbosidade vira mais verbose vis-a-vis uma introdução, então é minha boa honra conhecê-la e você pode me chamar de V."

"Boa Noite, Brasil.
Permitam que eu primeiramente desculpe-me por esta interrupção.
Eu, como muitos de vocês, gosto de parar para apreciar os confortos da rotina diária, a segurança, a família, a tranqüilidade. Eu aprecio-os tanto quanto todo mundo. Mas no espírito de comemoração, daqueles eventos importantes do passado associados geralmente com a morte de alguém ou ao fim de algum esforço sangrento terrível, uma celebração de um feriado agradável, eu pensei que nós poderíamos marcar este 25 de Outubro, um dia que não é recordado, fazendo uso de algum tempo fora de nossas vidas diárias para sentar e ter um bom bate-papo. Há naturalmente aqueles que não querem que eu fale. Eu suspeito que agora mesmo, estão dando ordens aos telefones, e os homens com armas estarão aqui logo. Por que? Porque mesmo que a violência possa ser usada no lugar da conversação, as palavras reterão sempre seu poder. As palavras oferecem os meios ao povo, e para aqueles que escutarão, o anúncio da verdade. E a verdade é que há algo terrivelmente errado com este país, não há? Crueldade e injustiça, intolerância e depressão. E onde uma vez você teve a liberdade a objetar, pensar, e falar, você tem agora os censores e os sistemas de escutas que exigem seu conformidade e que solicitam sua submissão. Como isto aconteceu? Quem é responsável? Certamente há aqueles mais responsáveis do que outros, e serão repreendidos, mas a verdade seja dita outra vez, se você estiver procurando o culpado, você necessita olhar somente em um espelho. Eu sei porque você o fez. Eu sei que você estava receoso. Quem não estaria? Guerra, terror, doença. O medo começou melhor de você, e em seu pânico você tentou acreditar em cada presidente deste país. Que prometeu-lhe a ordem, prometeu-lhe a paz, e tudo que exijiu no retorno era seu consentimento silencioso, obediente.Na última noite eu procurei terminar esse silêncio. Na última noite eu mostrei aquela foto, para lembrar este país do que ele se esqueceu. Há mais de quarenta anos um grande cidadão desejou encaixar para sempre o 25 de outubro em nossa memória. Sua esperança era lembrar o mundo que a justiça e a liberdade são mais do que palavras, são perspectivas. Assim se você não vê nada, se os crimes deste governo permanecessem desconhecidos a você então eu sugeriria a você que passe o 25 de outubro em branco. Mas se você ve o que eu vejo, se você sente como eu me sinto, e se você procurar como eu procuro, então eu peço-lhe para estar ao meu lado em um ano, fora das portas do Parlamento, e juntos, nós daremos a todos um 25 de outubro inesquecível!!!"


Parabéns colorado

Não posso deixar de parar um pouco de divagar sobre assuntos inerentes a nossa alma e fazer meu papel de Gremista... e dar meus parabéns ao colorado pelos 100 anos... segue anexo!















Cada um comemora do jeito que mais gosta!!! Que putice...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pense

Recorro aos dias em que não bebi tanto como hoje para não merecer nada do que digo, presto homenagem ao meu instinto por aquilo que não faço, roer a corda do que me prende ao que quero ser, para que possa finalmente ser o que sou. Será que quando o for... vou querer morrer?

"Que sou eu senão a própria vida ?
Brincamos as duas pelas linhas das minhas mãos,
ironizando as dores,chorando alegrias,
cada dia aprendendo a morrer.
Pensei, certa vez,que poderia viver metades,
deixar a velocidade das horas
levar meus sonhos inúteis.
Viajei delirante por mundos irreais.E
u não precisava sentir,eu vivia e só !
Meu sorriso angustiado bailava por bocas estranhas,
meu corpo era o templo de orações profanas.
E a paz que eu tanto buscava clareava num relâmpago
em algum lugar distante do meu horizonte.
Adormecia meu corpo cansadoaquecendo-me em lágrimas brancas.
Que importa se hoje estou só ?
Quem me acompanhará quando daqui eu partir ?
Para quem deixarei meu último olhar ?
Quem cerrará meu olhos e depositará
em meus lábios um beijo de adeus ?
Não terei preces clementes,nem proporcionarei choros convulsos.
Apenas levarei a lembrança daquilo que nunca consegui ser."
Cláudia Marczak

Diálogo com a Esposa Morta

-Você fica ridículacom essa maquiagem.
-Como a caricaturade uma puta.
-Um pequeno toque da mamãedurante a noite.
-A falsa Oféliaafogou-se na banheira.
-Queria que visse a sua cara.Você daria risada.
-Você é a obra-mestra da sua mãe.
-Ah, Cristo.
-Essa bosta de lugar está cheiode flores. Não consigo respirar.
-Sabe, em cima do armário,numa caixa de papel...
-encontrei tudo...
-todas as suas tranqueiras.
-Canetas, chaveiros...
-dinheiro estrangeiro, seu vibradorzinho...
-de tudo.
-Até um colarinho de padre.
-Eu não sabia que você guardava todas essas tranqueiras.
-Mesmo que um marido viva...
-200 anos...
-ele nunca saberá da verdadeira natureza de sua esposa.
-Eu posso atécompreender o universo...
-mas...
-eu nunca descobrirei a verdade sobre você.Jamais.
-Quem era você?
-Lembra-se daquele dia...
-o primeiro dia que estive lá?
-Sabia que não levaria você pra cama se não dissesse...
-O que eu disse?Ah, sim.
-''A minha conta, por favor? Eu preciso ir embora.'
-Lembra?
-Ontem à noite eu...
-eu apaguei as luzesna sua mãe...
-e o lugar todo entrou em pânico.
-Todos os seus hóspedes,como você os chamava...
-Bem, acho que me incluo aí,não é?
-Isso me inclui, não é?
-Por cinco anos, fui maisum hóspede nessa merda de lugar...
-do que marido.
-Com privilégios, é claro.
-E para me ajudar a entender...
-você me deixa Marcel de herança.
-O dublê do marido cujo quarto era o dobro do nosso.
-E sabe de uma coisa?
-Não tive coragem de perguntar a ele...
-e o que você e eu fazíamos era o mesmo que você fazia com ele.
-Nosso casamento não passou de uma trincheira para você...
-e bastou uma lâmina barata e umabanheira cheia d'água para sair dele.
-Sua prostituta barata, vulgar e amaldiçoada.
-Espero que apodreça no inferno.
-Você é mais suja que qualquervaca de rua. Sabe por quê?
-Você sabe por quê?Porque você mentiu.
-Você mentiu para mim,e eu confiei em você.
-Você sabia que estava mentindo.
-Diga que você não mentiu.
-Você não vai dizer nada?
-Não tem nenhuma resposta?Hein?
-Vamos, diga alguma coisa.Sorria, sua putana.
-Vamos, diga algo terno.
-Sorria e diga que estouapenas equivocado.
-Vamos, diga-me...
-sua puta que fode porcos.
-Sua mentirosa desgraçada,asquerosa.
-Sinto muito, eu...
-eu não posso...eu não agüento...
-ver essas coisas todasno seu rosto.
-Você nunca usou maquiagem,toda essa merda.
-Vou tirar isso da sua boca.
-Você sempre odiou batom.
-Meu Deus.
-Desculpe-me.
-Eu não sei por que você fez isso.
-Eu faria o mesmo,se soubesse como.
-Simplesmente não sei...
-tenho de encontrar uma maneira...

Cena da Manteiga

Vou lhe contar uns segredos de família.

-O que está fazendo?
-Vou lhe contar sobre a família.
-Uma instituição sagrada...
-suposta a instituir a virtude em selvagens.
-Quero que repita comigo.
-Repita. Diga.
-Uma família sagrada...
-Vamos, diga.
-Vamos. Família sagrada. Igreja de bons cidadãos.
-Igreja...
-de bons cidadãos.
-Diga. Diga.
-As crianças são torturadas até contarem a primeira mentira.
-As crianças...
-são torturadas...
-Onde o mundo é violado pela repressão.
-Onde a liberdade...
-é assassinada...
-Onde a liberdade é assassinada pelo egotismo.
-Família.
-Sua...

-Sua...
-foda...
-Sua foda...
-de família.
-Sua família fodida.
-Ah, meu Deus!
-Jesus.
-Merda
!

domingo, 17 de maio de 2009

Testamento de Heilingenstadt

Testamento de Heilingenstadt

Ó homens que me tendes em conta de rancoroso, insociável e misantropo, como vos enganais. Não conheceis as secretas razões que me forçam a parecer deste modo. Meu coração e meu ânimo sentiam-se desde a infância inclinados para o terno sentimento de carinho e sempre estive disposto a realizar generosas acções; porém considerai que, de seis anos a esta parte, vivo sujeito a triste enfermidade, agravada pela ignorância dos médicos. Iludido constantemente, na esperança de uma melhora, fui forçado a enfrentar a realidade da rebeldia desse mal, cuja cura, se não for de todo impossível, durará talvez anos! Nascido com um temperamento vivo e ardente, sensível mesmo às diversões da sociedade, vi-me obrigado a isolar-me numa vida solitária. Por vezes, quis colocar-me acima de tudo, mas fui então duramente repelido, ao renovar a triste experiência da minha surdez!Como confessar esse defeito de um sentido que devia ser, em mim, mais perfeito que nos outros, de um sentido que, em tempos atrás, foi tão perfeito como poucos homens dedicados à mesma arte possuíam! Não me era contudo possível dizer aos homens: “Falai mais alto, gritai, pois eu estou surdo”. Perdoai-me se me vedes afastar-me de vós! Minha desgraça é duplamente penosa, pois além do mais faz com que eu seja mal julgado. Para mim, já não há encanto na reunião dos homens, nem nas palestras elevadas, nem nos desabafos íntimos. Só a mais estrita necessidade me arrasta à sociedade. Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava!
Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou! Pareceu-me impossível deixar o mundo antes de haver produzido tudo o que eu sentia me haver sido confiado, e assim prolonguei esta vida infeliz. Paciência é só o que aspiro até que as parcas inclementes cortem o fio de minha triste vida. Melhorarei, talvez, e talvez não! Mas terei coragem. Na minha idade, já obrigado a filosofar, não é fácil, e mais penoso ainda se torna para o artista. Meu Deus, sobre mim deita o Teu olhar! Ó homens! Se vos cair isto um dia debaixo dos olhos, vereis que me julgaste mal! O infeliz consola-se quando encontra uma desgraça igual à sua. Tudo fiz para merecer um lugar entre os artistas e entre os homens de bem.
Peço-vos, meus irmãos (Karl e Johann) assim que eu fechar os olhos, se o professor Schimith ainda for vivo, fazer-lhe em meu nome o pedido de descrever a minha moléstia e juntai a isto que aqui escrevo para que o mundo, depois de minha morte, se reconcilie comigo. Declaro-vos ambos herdeiros de minha pequena fortuna. Reparti-a honestamente e ajudai-vos um ao outro. O que contra mim fizestes, há muito, bem sabeis, já vos perdoei. A ti, Karl, agradeço as provas que me deste ultimamente. Meu desejo é que seja a tua vida menos dura que a minha. Recomendai a vossos filhos a virtude. Só ela poderá dar a felicidade, não o dinheiro, digo-vos por experiência própria. Só a virtude me levantou de minha miséria. Só a ela e à minha arte devo não ter terminado em suicídio os meus pobres dias. Adeus e conservai-me vossa amizade.
Minha gratidão a todos os meus amigos. Sentir-me-ei feliz debaixo da terra se ainda vos puder valer. Recebo com felicidade a morte. Se ela vier antes que realize tudo o que me concede minha capacidade artística, apesar do meu destino, virá cedo demais e eu a desejaria mais tarde. Entretanto, sentir-me-ei contente pois ela me libertará de um tormento sem fim. Venha quando quiser, e eu corajosamente a enfrentarei.Adeus e não vos esqueçais inteiramente de mim na eternidade. Bem o mereço de vós, pois muitas vezes, em vida, preocupei-me convosco, procurando dar-vos a felicidade.Sede felizes!Helligenstadt, 6 de Outubro de 1802.Ludwig van Beethoven.
Extraído de "http://pt.wikisource.org/wiki/Testamento_de_Heilingenstadt"

Meine Ünsterblichen Geliebte

Für meine Unsterblichen geliebte:

Mein Engel, mein alles, mein Ich. - nur einige Worte heute, und zwar mit Bleystift (mit deinem) - erst bis morgen ist meine Wohnung sicher bestimt, welcher Nichtswürdiger Zeitverderb in d.g. - warum dieser tiefe Gram, wo die Notwendigkeit spricht -
Kann unsre Liebe anders bestehn als durch Aufopferungen, durch nicht alles verlangen, kannst du es ändern, daß du nicht ganz mein, ich nicht ganz dein bin - Ach Gott blick in die schöne Natur und beruhige dein Gemüth über das müßende - die Liebe fordert alles und ganz mit Recht, so ist es mir mit dir, dir mit mir - nur vergißt du so leicht, daß ich für mich und für dich leben muß, wären wir ganz vereinigt, du würdest dieses schmerzliche eben so wenig als ich empfinden -
meine Reise war schrecklich ich kam erst Morgens 4 Uhr gestern hier an, da es an Pferde mangelte, wählte die Post eine andere Reiseroute, aber welch schrecklicher Weg, auf der vorlezten Station warnte man mich bej nacht zu fahren, machte mir einen Wald fürchten, aber das Reizte mich nur - und ich hatte Unrecht, der Wagen musste bej dem schrecklichen Wege brechen, grundloß, bloßer Landweg, ohne 2 solche Postillione, wie ich hatte, wäre ich liegengeblieben Unterwegs - Esterhazi hatte auf dem andern gewöhnlichen Wege hierhin dasselbe schicksal mit 8 Pferden, was ich mit vier. - jedoch hatte ich zum Theil wieder Vergnügen, wie imer, wenn ich was glücklich überstehe. - nun geschwind zum innern zum aüßern, wir werden unß wohl bald sehn, auch heute kann ich dir meine Bemerkungen nicht mittheilen, welche ich während dieser einigen Tage über mein Leben machte - wären unser Herzen imer dicht an einander, ich machte wohl d.g. die Brust ist voll dir viel zu sagen - Ach - Es gibt Momente, wo ich flnde daß die sprache noch gar nichts ist - erheitre dich - bleibe mein treuer einziger schaz, mein alles, wie ich dir das übrige müßen die Götter schicken, was für unß sejn muß und sejn soll.


dein treuer, Ludwig.

Para minha amada imortal:

Meu anjo, meu tudo, meu próprio ser – Hoje somente algumas palavras a caneta (a sua caneta).
Somente amanhã meus aluguéis estarão definidos – que desperdício de tempo....... porque sinto essa tristeza profunda se é a necessidade quem manda?

Podes teu amor resistir a todo sacrifício embora não exijamos tudo um do outro? Podes tu mudar o fato de que és completamente minha eu completamente teu? Oh Deus, olhe para as belezas da natureza e conforte seu coração. O amor exige tudo, assim sou com você , e você comigo. Mas você se esquece tão facilmente que eu vivo por você e por mim. Se estivéssemos completamente unidos, você sentiria essa dor assim como eu a sinto.

Minha jornada foi terrível: ontem cheguei aqui somente às 4 horas da manhã. Com a falta de cavalos, o cocheiro do correio escolheu um novo caminho, mas que terrível caminho, na penúltima parada eu fui avisado para não viajar a noite, fiquei com medo da floresta, mas isso só me deixou mais ansioso - e eu estava errado. O cocheiro precisou parar na infeliz estrada, uma imprestável e barrenta estrada. Se eu estivesse sem todas as coisas que trago comigo teria ficado preso na estrada. Esterhazy, viajando pela estrada, teve o mesmo problema com oito cavalos que eu tive com quatro - eu sinto prazer com isso, como eu sempre sinto quando eu supero com sucesso as dificuldades.

Agora uma rápida mudança das coisas externas para as internas . Nós provavelmente devemos nos ver em breve, entretanto, hoje eu não posso dividir com você os pensamentos que eu tive nos últimos dias sobre minha própria vida – Se nossos corações estivessem sempre juntos, eu não teria nenhum.... Meu coração está cheio de coisas que eu gostaria de te dizer – ah – há momentos em que eu sinto que esse discurso é tão vazio – Alegre-se – Lembre-se minha verdade, meu único tesouro, meu tudo como eu sou o seu. Os deuses devem nos mandar paz...

Seu fiel, Ludwig