segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pense

Recorro aos dias em que não bebi tanto como hoje para não merecer nada do que digo, presto homenagem ao meu instinto por aquilo que não faço, roer a corda do que me prende ao que quero ser, para que possa finalmente ser o que sou. Será que quando o for... vou querer morrer?

"Que sou eu senão a própria vida ?
Brincamos as duas pelas linhas das minhas mãos,
ironizando as dores,chorando alegrias,
cada dia aprendendo a morrer.
Pensei, certa vez,que poderia viver metades,
deixar a velocidade das horas
levar meus sonhos inúteis.
Viajei delirante por mundos irreais.E
u não precisava sentir,eu vivia e só !
Meu sorriso angustiado bailava por bocas estranhas,
meu corpo era o templo de orações profanas.
E a paz que eu tanto buscava clareava num relâmpago
em algum lugar distante do meu horizonte.
Adormecia meu corpo cansadoaquecendo-me em lágrimas brancas.
Que importa se hoje estou só ?
Quem me acompanhará quando daqui eu partir ?
Para quem deixarei meu último olhar ?
Quem cerrará meu olhos e depositará
em meus lábios um beijo de adeus ?
Não terei preces clementes,nem proporcionarei choros convulsos.
Apenas levarei a lembrança daquilo que nunca consegui ser."
Cláudia Marczak

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