Recorro aos dias em que não bebi tanto como hoje para não merecer nada do que digo, presto homenagem ao meu instinto por aquilo que não faço, roer a corda do que me prende ao que quero ser, para que possa finalmente ser o que sou. Será que quando o for... vou querer morrer?
"Que sou eu senão a própria vida ?
Brincamos as duas pelas linhas das minhas mãos,
ironizando as dores,chorando alegrias,
cada dia aprendendo a morrer.
Pensei, certa vez,que poderia viver metades,
deixar a velocidade das horas
levar meus sonhos inúteis.
Viajei delirante por mundos irreais.E
u não precisava sentir,eu vivia e só !
Meu sorriso angustiado bailava por bocas estranhas,
meu corpo era o templo de orações profanas.
E a paz que eu tanto buscava clareava num relâmpago
em algum lugar distante do meu horizonte.
Adormecia meu corpo cansadoaquecendo-me em lágrimas brancas.
Que importa se hoje estou só ?
Quem me acompanhará quando daqui eu partir ?
Para quem deixarei meu último olhar ?
Quem cerrará meu olhos e depositará
em meus lábios um beijo de adeus ?
Não terei preces clementes,nem proporcionarei choros convulsos.
Apenas levarei a lembrança daquilo que nunca consegui ser."
Cláudia Marczak
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